Uma vez mais, levamos até à blogosfera algumas imagens das Festas do Concelho de Paredes de Coura. Pedimos desde já perdão, por não reproduzir todos os números do extenso programa, mas devido a pertencermos à Comissão de Festas, não foi possível estarmos "no sino e na procissão" ao mesmo tempo. Espero que gostem de ver a animação neste "Território com Alma".
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Despedida dos grupos de Bombos, no Largo do Visconde de Mozelos, vejam o vídeo da actuação conjunta:
Início do desfile dos grupos participantes no Festival Internacional de Folclore.
Na foto, Elisabete e Rafael, envergando trajes tradicionais de trabalho.
Orquestra do grupo da Eslováquia
Músicos vindos das Canárias - Espanha
Um par de dançarinos gregos
Devido à confirmação da Geminação de Paredes de Coura e Cenon, o Rancho Folclórico "Alegria Portuguesa de Gironde" sedeado naquela Vila francesa também participou nas Festas do Concelho. Em primeiro plano, o presidente da Associação, José Rodrigues, natural de São Mamede (vizinho de vascões), Senharei - Arcos de Valdevez, grande impulsionador da geminação.
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Mais algumas imagens do Rancho Folclórico da "Alegria Portuguesa de Gironde".
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António Pereira Júnior e Alain David, presidentes dos municípios de Paredes de Coura e de Cenon respectivamente, no momento de colocação das fitas comemorativas aos estandartes dos agrupamentos folclóricos.
10:00- Concurso Pecuário “ Raças Barrosã e Galega” -Parque de Leilões Municipal
12:00- Concentração e ribombar dos grupos de bombos -Largo Visconde de Mozelos
14:00 – Entrada das Bandas de Música -Largo Visconde de Mozelos:
·Associação Filarmónica Cultural Recreativa e Desportiva de Tarouquela – Cinfães
·Banda de Música de Carregosa – Oliveira de Azeméis
17:00– Corrida de Cavalos “Passo Travado” -Rua Dr. José Gomes Moreira
18:30– Despedida dos Grupos de Bombos -Largo Visconde de Mozelos
19:00– Missa Vespertina com Sermão a Santo António –Igreja Matriz
22:00– Animação Musical com a Orquestra Costa Rica –Largo 5 de Outubro
00:30– Despedida das bandas de música – Largo Visconde de Mozelos
01:00– Fogo de Artifício
Dia 10 - Domingo – Feriado Municipal
08:45- Salva de morteiros
09:00– Hastear das Bandeiras –Paços do Concelho
09:15– Entrada das Bandas
·Associação Cultural Banda de Música de Riba de Ave
·Banda Marcial de Gueifães - Maia
10:00– Missa em honra de São Lourenço na Capela-monumento (evocativa dos Combates da Travanca) de Cerdeira - Cunha
11:00– Missa e Sermão em Honra de Nossa Senhora das Dores -Igreja Matriz
15:00– Confirmação da geminação de Paredes de Coura e Cenon e, imposição de medalhas aos agraciados do Município –Centro Cultural
16:00- Entrada da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Vila das Aves –Junto ao Quartel dos Bombeiros Voluntários
17:30– Imponente Procissão(percurso: saída da Igreja Matriz, Rua Dr. Bernardino António Gomes, Largo 5 de Outubro, Rua do Conselheiro Miguel Dantas, Rua dos Heróis do Ultramar e Rua Frei António de Jesus, chegada à Igreja Matriz).
18:30– Despedida da Fanfarra –Largo Visconde de Mozelos
20:00– Despedida das Bandas de Música –Largo Visconde de Mozelos
22:00- Cortejo Luminoso – “Paredes de Coura - Território com Alma” (com quadros alegóricos retratando as gentes, a natureza, os eventos, os usos e costumes de Paredes de Coura. Participação de grupos musicais courenses).
22:30 – Animação Musical pelo Grupo Hi-Fi – Largo 5 de Outubro
01:00– Fogo de Artifício
Dia 11 - Segunda-feira
16:00– Leo Cartouche – espectáculo para a infância, animação de rua –Largo Visconde de Mozelos
22:00– Festival Nacional de Folclore –Centro Cultural
·Grupo Folclórico de Santa Marta de Portuzelo – Viana do Castelo
·Grupo Folclórico das Lavradeiras de S. Pedro de Merufe – Monção
·Grupo Folclórico de Cantares e Danças “Os Camponeses de Navais” – Póvoa de Varzim
·Rusga Típica da Correlhã – Ponte de Lima
·Grupo Folclórico Camponês de Bico – Paredes de Coura
01:00– Fogo de Artificio – Encerramento das Festas do Concelho 2008
Devido à ocupação dos Largos 5 de Outubro e de Hintze Ribeiro, a Feira Quinzenal agendada para dia 9 de Agosto, terá lugar no Largo D. Maria Luísa Abreu e Antas.
Encontra-se em execução, pelo valor de 330.152,58€, a empreitada de aplicação de relvado sintético do campo de jogos do Sporting Clube Courense. Para além da colocação de relva sintética, será instalada uma rede de rega, bem como de recolha de águas pluviais. Dentro dos trabalhos previstos, refira-se ainda, a execução de sub-base em tapete betuminoso, e o fornecimento e colocação de equipamento (balizas, bancos de suplentes e bandeirolas). A área de implantação, para a prática de futebol de 11, será de 105,90m x 67,44m.
Segundo Armando Alves Araújo, presidente da direcção do Sporting Clube Courense, prevê-se que a obra esteja terminada em meados do próximo mês, com um prazo de execução de 60 dias.
A pouca distância da Vila, região ubérrima e encantadora em que casa admiravelmente a beleza idílica da paisagem com a diafaneidade e rutilâncias dum céu de esmeraldas, eleva-se majestoso o monte da Pena, sobre que assenta, no espaldar suave da encosta a uma altitude aproximadamente de 400 a 500 metros, repassado de uma unção de carinho e benemerências o Sanatório para ferroviários do Estado.
Se as montanhas não tivessem já aquela força mágica, atractiva que nos encanta e seduz, a Pena, com o seu aspecto risonho e o seu Sanatório majestoso, longe do tumultar das paixões humanas, no silêncio profundo, que só a música da Natureza interrompe, dar-nos-ia a impressão que deixámos a Terra a Caminho do Céu.
Alcandorada garbosamente no vasto planalto de Coura, assentada no seu pedestal de glória, rodeada de casais agrícolas, brancos, muito brancos, a contrastar com o verde escuro da relva, matizada aqui e além pela meiguice de uma flor e perfumada pela suavidade deslumbrante do rosmaninho, a Pena apresenta-se cheia de sugestiva e omnímoda elegância, emoldurada num fundo de maravilhas que é todo o concelho de Paredes de Coura.
Mais altos motivos porém impõe à consideração de todo este local abençoado. Porquanto, apenas surge nas noites escuras da vida das encruzilhadas dos revezes, como fantasma aterrador, a tuberculose pavorosa logo o Sanatório, recentemente inaugurado no monte da Pena, freguesia de Mozelos, se levanta como aurora bendita a derramar nos corações amargurados dos humildes e beneméritos ferroviários torrentes de paz e sorrisos.
Era a 16 de Setembro, Festa explendente, convidativa. O sol, radiante e belo, já no declínio batia em cheio nas rasgadas janelas do Sanatório e com os seus raios filigranados de luz suavíssima banhava profusamente os seus amplos salões. Queria também compartilhar da festa e imprimir-lhe aquela animação e graça que só o Minho sabe interpretar quando se trata de engrandecer as virtudes másculas da raça portuguesa.
Paredes de Coura, hospitaleira e acolhedora, movimenta-se e cerrando fileiras em volta daqueles que trabalham pelo engrandecimento da terra, vai ali render, por entre aplausos, as suas homenagens aos intrépidos timoneiros que orientam a nau do Estado e levar os seus parabéns, as suas saudações aos ferroviários do Estado. As portas do Sanatório abrem-se de par em par, para a todos receber com o mesmo carinho, com a mesma solicitude.
Gente humilde do povo, pessoas de representação e da alta sociedade no nosso meio, irmanados na mesma elevação de pensamento, vão ali unir seus coros de louvores aos, encantos da Natureza exuberante e emprestar às solenidades inaugurais um pouco daquela alegria moça, que inunda as almas.
O snr. Dr. Monteiro Barros justifica a ausência dos senhores Ministros das Obras Publicas e Chefe de Governo e logo a seguir a snr.ª D. Laura Paul descerra duas lápides comemorativas. Houve discursos inflamados, vibrantes, cheios de fé e patriotismo. Falaram os snrs. Dr. Monteiro de Barros, Dr. Matos Rodrigues, Dr. Lobo Alves; Luís Alves da Costa, delegado dos ferroviários; engenheiro Branco Cabral; o director clínico do Sanatório, Dr. Fonseca Monteiro e por último o Dr. António Emílio de Magalhães.
Este orador focou com acerto o principal e fundamental problema em volta do qual gravitam todos os demais: a higiene e o salário.
De facto, enquanto se não olhar com os olhos de ver para os proletários, enquanto se não fizerem substituir as suas choupanas imundas, os antros cavernosos e asfixiantes, por habitações higiénicas e asseadas; enquanto se não levar à fábrica um pouco de caridade cristã e de justiça social, não haverá redenção possível; enquanto o Estado Novo não desfizer um a um todos os princípios velhos e liberais, levantar sanatórios é um bem, mas não é enfrentar a momentosa questão social que tanto preocupa os espíritos.
No final houve um Porto de Honra que deu lugar à troca de amistosos brindes e saudações ao Chefe do Estado."
in Jornal “O Courense” n.º 303, de 30 de Setembro de 1934
(Sanatório Presidente Carmona, inaugurado em 1934, na foto ainda só com um pavilhão).