PAREDES DE COURA - TERRITÓRIO COM ALMA

Iniciamos hoje, a publicação de vídeos e fotos sobre a representação dos vários quadros que participaram no Cortejo Etnográfico inserido nas Festas do Concelho de Paredes de Coura 2007.

Começamos pelo tema "As Fiadeiras", a cargo da freguesia de Agualonga:

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O presidente da Junta de Freguesia de Agualonga, João Barbosa Cerqueira, recebendo a lembrança de participação. 

No passado dia 31 de Dezembro de 2007, nas instalações do Lar Nossa Senhora da Conceição (sede da instituição), tomaram posse os novos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia (ver lista em anexo).

A Santa Casa da Misericórdia tem a seu cargo o Lar da 3.ª Idade, uma Creche e Jardim-de-Infância, presta apoio domiciliário, e nas suas instalações funciona o Internamento do Centro de Saúde local.

Refira-se que na actualidade decorrem obras de melhoramento e transformação da parte mais antiga do Lar Nossa Senhora da Conceição (aproveitando o edifício do antigo Asilo da Infância Desvalida, o lar foi inaugurado a 22 de Maio de 1981), dos trabalhos constam a execução de paredes interiores em alvenaria, a substituição de portas interiores, caixilharias, rede de abastecimento de água e rede de saneamento. Os quartos dos idosos, para além da remodelação do WC privado, também foram equipados com novo mobiliário. A lavandaria que se encontrava junto à entrada principal foi mudada para o piso inferior, o refeitório foi ligeiramente ampliado e a cozinha foi também remodelada (tendo em conta as condições de higiene, que hoje em dia são exigidas, e bem, pela lei). Para além de uma sala de espera para os visitantes, o Lar de Nossa Senhora da Conceição ganhou ainda outro novo espaço: um salão nobre (que também funcionará como sala de reuniões.

A nobre instituição é detentora de um vasto património, entre o qual, o antigo Hospital da Misericórdia, situado na Rua do Dr. Albano Barreiros, em pleno centro histórico da Vila. Para este edifício há a intenção de nele ser instalada uma unidade de Cuidados Continuados.

A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Paredes de Coura foi formalmente criada há 123 anos, a 25 de Janeiro de 1885, sendo então aprovados os seus estatutos e eleito para provedor o Comendador Miguel Dantas (depois Conselheiro, o filho mais ilustre de Coura).

Ao longo da sua existência, refira-se a administração do Hospital da Misericórdia (antigo Hospital de Caridade, cuja gerência foi-lhe entregue pela Real Confraria do Divino Espírito Santo em Março de 1885). À história da Santa Casa da Misericórdia também ficaram ligadas várias personagens por acções beneméritas e de altruísmo.

Nossa Senhora das Dores,

Tem sete espadas no peito.

Saudade, tem sete letras,

Que ferem do mesmo jeito!

Amas a Nosso Senhor,

Que morreu por toda a gente,

E a mim não me tens amor,

Que morro por ti somente...

Em tempos já me referi a este assunto nas páginas do Notícias de Coura (www.noticiasdecoura.com). Sempre que se realiza a feira quinzenal, no final ficam espalhados pelo chão alguns detritos. Será que não era melhor sensibilizar os feirantes e compradores para depositarem o lixo nos locais apropriados? Precisarão os largos de Hintze Ribeiro e do 5 de Outubro de mais caixotes de lixo em dia de feira? Deixe aqui a sua opinião.

Faz hoje precisamente 75 anos que D. António Martins Bento Júnior, Arcebispo Primaz de Braga, visitou pela primeira vez o nosso concelho. A 19 de Janeiro de 1933, reuniu com o clero concelhio na Capela do Divino Espírito Santo, e deliberou entre outras coisas a continuação dos arraiais nocturnos nas festividades, cuja proibição em 1932 tanta celeuma provocou em terras do arcebispado.

Os de mais idade falam muito no esplendor e grandeza das festas do Espírito Santo, no Domingo de Pentecostes, em tempos de outrora, concerteza que a proibição de 1932 foi fatal para a sua continuação nos mesmos moldes!. 

No lugar de Nogueira, pertencente à Vila de Paredes de Coura, encontramos a Capela de São Sebastião. Os manuscritos que chegaram até aos dias de hoje, e a tradição oral, referem que no local desta ermida, há séculos, estava situada a antiga Igreja Paroquial da Vila. Prova disso é a existência de algumas sepulturas medievais, que depois de desenterradas, julgo estarem à guarda da Confraria de São Sebastião.

Devido às obras de aumento da sacristia e outros trabalhos, as festividades em honra do glorioso mártir São Sebastião estiveram nos últimos anos limitadas às cerimónias religiosas. Este ano, para além da programação religiosa, no dia 19 de Janeiro está agendada a realização do tradicional jogo do Chavelho (15:00) com vários prémios em disputa, e às 22:00 um arraial nocturno pelo Grupo “Kalhambeke”. No Domingo, dia 20 de Janeiro, pelas 14:30 terá início a Santa Missa com sermão, solenizada pelo Grupo Coral Paroquial de Santa Maria de Paredes, e no final a procissão pelo lugar de Nogueira. No final do cortejo religioso haverá um bazar, e as festividades encerrarão com a actuação dos Tocadores de Concertina “Duo Junior’s”.

Refira-se a grande devoção das nossas gentes por São Sebastião, advogado de três dos mais terríveis flagelos da Humanidade: fome, peste e guerra.

Imagem de São Sebastião existente na Igreja Matriz de Paredes de Coura

Sou dos que pensa que uma tradição é para respeitar, sabemos que quando envolve o campo da religião por vezes as coisas não são bem assim, e de um momento para o outro acabam-se com manifestações únicas do nosso povo.

Felizmente algumas chegaram aos nossos dias, e são algumas dessas tradições que pretendo trazer até vós. Já em tempos falei, na imposição de cravos aos elementos das bandas de música na cerimónia de despedida da romaria de São Bento da Porta Aberta, na freguesia de Cossourado. Desta feita, falo da cerimónia de passagem de testemunho entre a antiga e a nova comissão de festas de Nossa Senhora das Dores na freguesia de Coura.

Em frente à residência paroquial, na presença do reverendo pároco (actualmente o nosso conterrâneo Padre Fernando Nogueira), a imagem de Nossa Senhora das Dores é entregue à nova comissão de festas pela cessante, tudo isto num ambiente festivo ao som da banda de música. Apesar de conhecer esta cerimónia há alguns anos, ainda não li nenhum registo da mesma, daí achar importante esta publicação.

São as nossas tradições, e ainda bem! Fiquem com os vídeos da festa de Agosto de 2007.

Nestes últimos dias, a chuva e o vento tem-nos feito algumas visitas, nada que se compare ao que se passou há 110 anos por estas bandas...

Diz-nos o jornal "Libertador de Coura", edição n.º 49 de 2 de Janeiro de 1898, que durante três dias e três noites o concelho foi assolado por um temporal violento. Quanto aos estragos, especifica assinalando que houve árvores arrancadas, parte do gradeamento do Jardim municipal derrubada por uma galha (para além de duas árvores arrancadas nesse local), as folhas de zinco dos "alpendres" da praça levadas para longe pelo vento, prédios destelhados, cozinhas abatidas, e uma casa destruída na freguesia de Parada.

Outro dado bastante importante, é o da destruição do Cruzeiro do adro da Capela do Divino Espírito Santo, que segundo o jornal ficou partido em pedaços!

No mesmo local, no escadório a figura da Esperança ficou com a fronte como que decepada. Esta figura fazia parte do conjunto escultural do escadório (no livro Cadernos de Arqueologia e Património, volume 3/4, encontramos uma foto com a figura da Esperança e outra, seria a Fé? a Caridade? Fica a minha dúvida), depois deste acidente estas figuras nunca mais foram lá colocadas, sendo que inicialmente o espaço ficou vazio, e depois foi substituído pelas actuais peças escultóricas.

O escadório em 1906, já sem as esculturas femininas, e o cruzeiro reconstruído após a destruição de 1898 (vide post "Cantinhos da Vila de Paredes de Coura - 11")

Na sequência de identificação do património edificado de Paredes de Coura, continuamos com a inventariação das "Alminhas". Localizadas na Rua do Tenente-Coronel Manuel José da Cunha Brandão, encontramos estas "alminhas", características pelo bonito e cuidado trabalho de cantaria, mas também por serem as únicas na freguesia com a imagem do Crucificado em bronze. Para as proteger, foi em tempos colocado um abrigo de ferro e folhas de zinco.

Penso que será importante reflectir sobre a diferença destas "Alminhas" face às outras existentes na freguesia. Será simples se pensarmos que o Centro Cívico de Paredes de Coura no século XIX  se localizava em redor do Templo do Divino Espírito Santo, e junto a este marco da história se situam habitações de famílias importantes da sociedade courense. Refiro-me concretamente à família Ribas, sem esquecer neste momento aquele que terá sido o seu membro mais conhecido, o Padre Dr. Manuel Joaquim da Cunha Ribas.

Anos mais tarde, na casa que se situa defronte ás "alminhas", habitou o Dr. António José Brás Regueiro, figura incontornável de Paredes de Coura a nível da medicina e a nível politíco no  período do Estado Novo.

P.S - Vide bibliografia do Dr. Manuel Joaquim e do Dr. Regueiro em: http://couramagazinefoto.blogs.sapo.pt/2006/10/.

Num passado recente, no início da década de 90 do século passado, juntamente com o presépio (figuras fixas) era montada no Largo do Visconde de Mozelos, uma enorme estrutura a representar um pinheiro de Natal, é essa imagem que hoje aqui publico.