PAREDES DE COURA - TERRITÓRIO COM ALMA

Neste “outros tempos, outras vidas” recordamos uma personagem bem conhecida no nosso meio social, falamos de Eduardo Esteves Cerqueira, o “Eduardo da Farmácia”, desaparecido de entre nós há 25 anos, mais precisamente no dia 28 de Novembro de 1986, curiosamente o primeiro funeral a ser acompanhado pelo Padre Eurico na Vila.

Eduardo Esteves Cerqueira, nasceu em Valença do Minho em 5 de Junho de 1925, sendo filho de Firmino José Cerqueira, funcionário da CP e de Josefina Maria del Carmen Estévez Lago, natural da cidade galega de Tui, sendo doméstica e trapicheira. A habitação deste casal era no lugar do Cais, em Valença do Minho, onde criaram o seu filho Eduardo bem como os outros dois descendentes: José (já falecido) e Daniel Esteves Cerqueira, antigo treinador do S.C.Courense actualmente a residir em Barcelos.

Dada a proximidade com o rio Minho, o Eduardo da Farmácia desde cedo revelou-se um exímio nadador, percorrendo a nado grandes distâncias nesse curso de água. Na sua infância também fez parte do Corpo Nacional de Escutas - Escutismo Católico Português.

Começou os seus estudos no Colégio Português de Valença, onde hoje funciona a Escola Superior de Ciências Empresariais (ESCE), e no Liceu Provincial de Gonçalo Velho em Viana do Castelo. Na cidade do Porto adquiriu a formação necessária para laborar no mundo farmacêutico.

Entretanto em 1943, seus pais compram a Farmácia Ribeiro, estabelecimento inaugurado a 2 de Janeiro de 1909 e propriedade de Etelvina de Oliveira Ribeiro, a primeira mulher courense formada em Farmácia, passando o Eduardo a partir daí a ser o rosto da “Farmácia Ribeiro”,actualmente propriedade do seu neto e afilhado António Eduardo.

No dia 9 de Março de 1946, na velhinha Igreja Matriz de Santa Maria de Paredes, sendo celebrante o pároco e arcipreste Dr. Clemente Ramos, casou com Maria Helena Gonçalves Pereira, filha de Manuel Cândido Gonçalves Pereira, fundador e primeiro comandante dos Bombeiros de Paredes de Coura, e de Idalina de Oliveira Barbosa Gonçalves Pereira, saudosa senhora.

Deste matrimónio nasceram Olga Maria, Maria do Carmo a conhecida “D. Micá” seguidora da profissão de seu pai, e José Eduardo Pereira Cerqueira.

Após habitarem numa casa situada então no início do lugar de Codessal, ainda hoje existente junto à rotunda do centro de saúde/bombas, onde nasceram as suas filhas, fixaram residência no prédio da Rua Conselheiro Miguel Dantas, onde veio a nascer o José Eduardo, sendo este ainda hoje o lar da família Cerqueira.

 

Não sendo courense de nascimento, o Eduardo da Farmácia sempre se bateu por esta terra e pelas suas instituições, destacando-se o amor que nutria pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários, onde desempenhou as funções de Comandante de 11 de Setembro de 1961 a 03 de Novembro de 1965. Durante a sua vida sempre procurou dotar os Bombeiros do que necessitassem, muitas vezes franqueando as portas da sua habitação aos colaboradores e aos soldados da paz de Paredes de Coura.

Amigo do amigo, praticante de boas acções (por exemplo quantos não foram os medicamentos que deu à borla…), bom garfo, e também refira-se um parodiante de primeira, sempre a fazer brincadeiras e partidas que resultassem numa enorme sessão de gargalhadas.

 

De outras suas paixões destacamos o S.L.Benfica, o Partido Socialista e a prática da Caça, esta última com mais ardor, sendo um verdadeiro apaixonado deste desporto, estando sempre no seu pensamento. Há inúmeras histórias do Eduardo da Farmácia e companheiros de caça, convidamos os nossos leitores a descrever algumas delas…

O Eduardo da Farmácia teve a felicidade de conhecer e conviver com todos os seus netos, que à excepção do mais novo nasceram na sua casa na Rua Conselheiro Miguel Dantas: Iolanda, Cecília, Carla, António Eduardo e Eduardo Daniel. Hoje em dia a sua descendência já aumentou com o nascimento dos bisnetos: António Carlos, Maria Eduarda e Maria Barbosa Pereira.

In Jornal “O COURA”, 15 de Abril de 2012

No dia dedicado aos avós, reproduzimos um artigo que retrata a biografia do nosso querido antepassado.